quinta-feira, novembro 30, 2023
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Bolsonarismo é “ferida” na história das igrejas evangélicas; veja o que pensam pastores do RN

O Estado ainda é laico, mas o cristianismo está entre os temas centrais da campanha presidencial neste segundo turno, graças aos apelos da extrema direita. Nos últimos dias, bolsonaristas têm atacado a Igreja Católica e até o papa, enquanto alguns líderes religiosos, sobretudo evangélicos, usam e são usados pelo partidarismo de Jair Bolsonaro (PL). Mas ainda que aparentemente se beneficiem do discurso ora conservador, podem também não sair ilesos dessa relação.

O bolsonarismo será um golpe para igrejas, com perda de credibilidade de líderes que o apoiam. Essa é a avaliação do pastor da Igreja Batista Orivaldo Lopes Júnior, coordenador da Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito. Teólogo, doutor em Ciências Sociais e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ele acredita que os religiosos têm sido uma espécie de intermediários/bloqueio entre o povo e um pensamento diverso.

A interferência é desleal e ampliada pela onipresença, não a divina, mas aquela promovida pela conectividade. “Antes era no culto dominical, hoje é toda hora a todo momento através do WhatsApp e outras redes sociais. É realmente uma captura de subjetividade muito forte. A um custo violento, não só para a democracia, para justiça social no Brasil, para superação das crises ambientais,etc, mas um golpe para a igreja”.

Ele explica que a categoria se sustenta pela credibilidade, que está ameaçada com o atual apoio político.

“Essas pessoas vão perder cada vez mais a sua credibilidade, elas vão derrubar uma coluna central de sustentação da lógica evangélica. Bem diferente de outros grupos, isso vai ser uma ferida muito grande na história”.

Redes

O pastor detalha porque esse grupo se diferencia dos demais: “As pessoas evangélicas são cidadãs como outras quaisquer, iguaizinhas, e passam pelas mesmas necessidades, em alguns casos, fome e violência das periferias. O diferencial é que elas se agregam. E esses agrupamentos são coordenados por lideranças, que têm muita credibilidade na transmissão daquilo que dizem”.

Se é verdade que o diabo é o pai da mentira (João 8:44), é pelas lideranças que o mal entra nas igrejas.

“Os gabinetes do ódio se encarregam de suprir essas lideranças com uma massa enorme de fake news, de uma campanha acirrada contra Lula e exaltação ao Bolsonaro. Essas lideranças passam para os seus liderados as mensagens que chegam com um peso de credibilidade. E aí aquela mentira passa a ser verdade”, avalia o pastor.

Confira a matéria completa da Agência Saiba Mais clicando neste link.

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