
A CPI da Covid aprovou hoje convocar uma das ex-mulheres do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Ana Cristina Valle, para que preste depoimento aos senadores sobre indícios de relação dela com o suposto lobista Marconny Albernaz de Faria.
Marconny é ouvido em oitiva hoje pelos senadores. Ele negou ter negócios com Ana Cristina e disse conhecê-la por meio de Jair Renan, filho dela com Bolsonaro.
No entanto, os parlamentares afirmam contar com troca de mensagens que apontam suposta atuação dela a pedido de Marconny.
“Mensagens eletrônicas extraídas de aparelho celular em posse desta Comissão Parlamentar de Inquérito indicam que, a pedido do lobista Marconny Faria, a senhora Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do atual presidente da República, entrou em contato com o Palácio do Planalto para exercer influência no processo de escolha do Defensor Público-Geral Federal junto ao então ministro da Secretaria Geral da Presidência e atual ministro do TCU, Jorge Oliveira”, diz trecho do requerimento de convocação de Ana Cristina, apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).
O senador afirma que as mensagens fazem parte de material sob sigilo enviado pelo Ministério Público Federal no Pará obtidas em investigação sobre o desvio de recursos públicos em órgão ligado à pasta da Saúde.
Marconny Faria é tido por senadores da CPI como lobista da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou negociação da compra da vacina indiana Covaxin com o Ministério da Saúde. Após denúncias de uma série de supostas irregularidades, o contrato acabou cancelado pelo governo federal.
Para Alessandro Vieira, a “relação próxima [de Marconny] com a ex-esposa do senhor Jair Bolsonaro deve ser amplamente esclarecida, com vistas a examinar potencial atuação ilícita de ambos no contexto da pandemia”.
O suposto lobista disse que ajudou Jair Renan a “criar uma empresa de influencer” e o apresentou a um colega tributarista que poderia auxiliá-lo.
“A Cristina eu conheci pelo filho e o Jair, como já tinha falado, eu conheci por amigos em comum logo que ele chegou a Brasília”, disse.
Fonte: UOL